sábado, 13 de dezembro de 2014

Autossabotagem, uma âncora mental

A autossabotagem é um processo involuntário e altamente imperceptível, é o que podemos chamar de âncora mental.
A evolução que tanto comemoramos, na verdade nunca existiu apenas uma ilusão da nossa mente, para nos proteger da nossa própria realidade e fracasso. Quando pensamos que estamos perto do nosso tão sonhado alvo, na verdade estamos apenas andando em círculos. Sem perceber, fazemos as mesmas coisas, tomamos as mesmas decisões e agimos da mesma maneira que sempre agimos, ou seja, como caranguejos. O que significa que estamos nos afastando cada vez mais da vida que tanto sonhamos, com um agravante é claro, o tempo. Como disse o grande Fernando Pessoa: “O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.”
Optamos por correr atrás de grandes momentos, mesmo sabendo que serão rapidamente passageiros, simplesmente por estarem à nossa inteira disposição e por serem mais cômodos, mais fáceis, menos desgastantes e estressantes, mas que infelizmente continuam sendo passageiros. Falsa vitória.
Mente, e seu poder enganador. Olhamos para a corda que vai nos enforcar como se fosse uma porta de escape aberta pelo criador. Pobres mortais; muitas vezes falta-nos inteligência para vencer o inimigo, sabe por quê? Simplesmente porque lutamos contra o inimigo errado, pois o maior inimigo do ser humano é ele mesmo.Como autodestruidores, a autossabotagem torna-se nosso principal aliado.
A autossabotagem nos leva silenciosamente a sempre tomar a pior decisão. Tudo isso simplesmente por medo de viver o melhor de Deus para as nossas vidas. Quem disse que seria fácil? Se fosse fácil todos seriam destaques e seriam vitoriosos, mas o pódio não foi feito para fracos e medrosos, mas para pessoas corajosas que puxam a sua âncora no momento exato, ou seja, puxar uma âncora de navio é relativamente fácil enquanto ela está dentro da água.
O Pódio é para aqueles que ao invés de abrir o cadeado que os prende, arrebentam as correntes. Abrir o cadeado é fácil, não é mesmo? Principalmente quando as chaves estão em nossas mãos; sabe o que acontece quando abrimos o cadeado? Mais cedo ou mais tarde, sem perceber voltamos, colocamos as correntes, fechamos o cadeado e guardamos a chave para se por acaso em momento posterior resolvermos dar uma voltinha, nos iludindo com uma falsa liberdade. Isso é autossabotagem. Quer libertar-se da autossabotagem? Quebre as correntes.

Mônica Bastos

terça-feira, 18 de novembro de 2014

O que é sucesso?

“A alegria que se tem em pensar e aprender faz-nos pensar e aprender ainda mais.”
 ( Aristóteles)

Com o passar dos anos fui descobrindo que os bens mais preciosos de um homem, são intangíveis. Se não podem ser tocados, também não podem ser de nós roubados. Não sou nenhuma economista, mas se alguém me perguntasse hoje: Qual o melhor forma de investimento? A minha resposta seria: Em nós mesmos. Investimento rentável, seguro, com retorno certo sem quaisquer riscos de prejuízos e dependendo do nível de investimento, podemos construir um patrimônio inacabável. Sim, um patrimônio chamado legado. Quem não gostaria de ser inesquecível após a sua partida? Quem não gostaria de ser lembrado como alguém de sucesso, que veio a este mundo, de maneira que não tenha passado despercebido positivamente? Infelizmente todos almejam o sucesso, mas muitos morrem sem saber de fato o que procuravam. Como encontrar algo, sem saber exatamente o que está buscando?
O que é sucesso? Sucesso nada mais é do que a capacidade do ser humano olhar-se no espelho e sentir-se bem consigo mesmo. Só isso? Mas será que é fácil, sentir-se bem consigo mesmo como um todo? Será que é fácil sentir-se completo? Não é fácil. Nós seres humanos somos altamente exigentes, temos uma dificuldade enorme em alcançar o contentamento. Estamos sempre conquistando e sempre querendo mais. Temos uma sede insaciável por satisfação.
Ao investirmos em nós mesmos, no nosso crescimento como ser humano, a visão muda. Nossos valores são alterados e no final conseguimos perceber o contrário, ou seja, o sucesso que é resultado do contentamento.
Infelizmente essa busca desenfreada pelo sucesso, muitas vezes nos deixa cegos, fazendo-nos desprezar o que temos, já que não nos é suficiente, para viver em função de alcançar aquilo que talvez nunca venhamos a possuir. O resultado disso consequentemente é a auto sabotagem, ou seja, a tendência de repetir atitudes destrutivas. Tomam-se decisões visualizando uma saída para determinado problema, sem medir as consequências das atitudes. Infelizmente um comportamento repetitivo e inconsciente de fuga, para não assumir o descontentamento por mais um objetivo fracassado. Destrói a própria vida e não percebe a sua responsabilidade nisso tudo. Alguém é sempre o culpado. Resultado de uma auto ilusão de mundo perfeito e frustração em perceber que o sucesso mais uma vez não foi alcançado.
Se o sucesso é resultado de contentamento, é o momento de colocarmos os pés no chão, abrir os olhos para a realidade ao qual estamos inseridos. Ao comparar a minha realidade atual, com a realidade vivida por mim há dez anos vou perceber o quanto evolui. Ao comparar a minha realidade atual com a realidade que sonho alcançar, vou perceber que preciso me esforçar muito. No entanto, para me considerar uma pessoa de sucesso preciso apenas me contentar com tudo o que foi alcançado até o momento, já que quando chegar o meu futuro, vou continuar olhando para frente, sempre certa de que preciso alcançar mais e mais. A falta de contentamento, só mostra o quão ingrato e egoísta somos, atestando a nossa necessidade de crescimento. 
Sabe qual é o ser mais importante dessa terra? Nós. Fomos criados para o louvor e glória de Deus. Sendo assim, caminhar em direção ao sucesso, é caminhar investindo na nossa própria evolução, de maneira que a nossa vida, seja exemplo. Ao investir em nós, automaticamente estamos investindo no outro também e assim preservando o bem mais precioso de Deus, o ser humano.

"O sucesso é uma viagem, não um ponto de destino." (Bem Sweetland)

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Eu preciso ser aceito?

O psicólogo americano Abraham Harold Maslow, um dos principais teóricos da Psicologia Humanista, acreditava na tendência individual da pessoa para se tornar auto-realizadora; sendo este o nível mais alto da existência humana. Maslow criou uma escala de necessidades a serem satisfeitas e, a cada conquista, nova necessidade se apresentava. Isso faria com que o indivíduo fosse buscando a auto-realização, pelas sucessivas necessidades satisfeitas. Dentre essas necessidades estão às necessidades afetivas, ou seja, todos nós seres humanos temos a necessidade de sermos aceitos, amados e acolhidos. Não haveria nada de complicado nisso, se nós mortais não fossemos tão exigentes a ponto de almejar receber isso de todos os seres humanos. Será que não é querer demais? Infelizmente sofremos sem entender o porquê fulano ou ciclano não me aceita. E porque teria que aceitar? As pessoas são livres e tem total liberdade para fazer as suas escolhas. Se por algum motivo alguém não me aceita, que problema há nisso? As pessoas criam os seus padrões e esforçam-se para viver dentro deles. A questão de ser aceito ou não, não significa que deixamos de ter valor, mas que simplesmente não estamos dentro dos padrões estabelecidos pelo outro. E nem podemos criticá-lo por isso, já que também temos os nossos próprios padrões. E assim formam-se os grupos e consequentemente nascem as divisões. É bem mais cômodo me relacionar com os que pensam como eu, a me estressar com aqueles que discordam de tudo. Irritamo-nos com aqueles que não nos aceitam, mas não percebemos que assim como eles, deixamos de aceitá-los também.
Nessa minha trajetória de vida, fui percebendo como muitas vezes repudiei as pessoas que têm facilidade em criar estereótipos, e sem enxergar, incontáveis foram os momentos em que fiz o mesmo. É tão fácil generalizar ou pressupor, segundo as características externas, tais como aparência, roupas, condição financeira, comportamento, cultura, religião, sexualidade. Muitas vezes somos vitimas de rótulos, como também rotulamos as pessoas. Infelizmente rotular pode muitas vezes causar impactos negativos à vida do outro. Qual é a função do rótulo? Descrever um produto ao qual não temos acesso diretamente. Muitas vezes por estarem totalmente enlatados ou empacotados.
Nessa última viagem meu esposo e eu estávamos à procura de um determinado produto, apelidado por nós de tesouro, pelo fato de procurar em dois shoppings e encontrar duas unidades, quando queríamos três. Estávamos com a opinião formada, sabíamos o que queríamos. Já exaustos entramos em uma das lojas e a vendedora disse: Esse produto esgotou, mas tenho outro melhor; coitada, a ela não foi dada a oportunidade de apresentação, não queríamos ouvi-la. Conhecíamos o que queríamos. Voltamos ao outro shopping para buscar a outra unidade, já que havíamos comprado uma. Chegando à loja o vendedor disse: Acabou de ser vendido, a cliente está efetuando o pagamento. Eu disse: Desisto, meu esposo concordou. Antes de sair, o vendedor disse: Tem outro melhor do que ele, mas não chegou na loja ainda. Paramos para ouvir, já que era o mesmo que a vendedora da outra loja tentou sem sucesso nos apresentar. Meu esposo disse: Explique o porque ele é melhor. Depois de ouvir um pouco, saímos e decidimos esperar. Agora vamos ter que pesquisar para saber exatamente qual é o melhor. Entramos numa última loja e encontramos outro vendedor que nos falou desse outro produto, convencendo-nos a mudar de opinião. Claro que a busca ao tesouro continuava, o produto não tinha naquele shopping, voltamos correndo para o outro para buscar as únicas unidades existentes ali.
O maior aprendizado disso tudo foi perceber o quanto a nossa opinião a respeito de alguém pode ser facilmente influenciada, mesmo quando a conhecemos profundamente. Ouvir duas ou mais pessoas que criaram estereótipos a seu respeito, mas que tem ótimo poder de convencimento podem mudar rapidamente a sua visão.
Sendo assim, precisamos reavaliar o nosso conceito sobre aceitação e acolhimento. Ser aceito não é fazer com que as pessoas concordem com o nosso estilo de vida ou escolhas, mas fazer com que elas nos respeitem por isso, até porque, por mais conhecimento que haja entre duas pessoas, corre-se o risco de qualquer apresentação bem feita fazê-la mudar de opinião. Quando conquistamos o respeito, ai sim, conseguimos ser aceitos. Eu não concordo com o seu estilo, mas eu te respeito. Ser aceito é ser respeitado. Somos respeitados quando temos plena convicção de quem somos e principalmente das nossas próprias escolhas. Isso é o máximo que podemos esperar daqueles aos quais só tiveram acesso aos nossos rótulos.


Mônica Bastos

“Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender e me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.” (Jeremias 9:24)



quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O jardineiro

Para as rosas, escreveu alguém, o jardineiro é eterno.” (Machado de Assis)

Os anos vão se passando e como retorno, para aqueles que realmente desejam, ficam as experiências vivenciadas que consequentemente trazem com elas amadurecimento. É incrível a maneira carinhosa com que o jardineiro cuida das suas rosas, mesmo sabendo que não são eternas.
As rosas oferecem milhares de variedades, trazendo diferenças em termos de tamanho, cor e perfume. São plantas que demandam atenção e cuidados especiais. Todo bom jardineiro sabe quais os cuidados necessários a uma rosa. Um deles é a poda; quando pensamos em poda, claro que vem a nossa mente a palavra eliminar, sim, e é isso mesmo, no entanto, sempre que as rosas são podadas o intuito do jardineiro não é matá-las e sim fazer com que elas cresçam saudáveis, e que seus dias sejam prolongados. Podar significa eliminar os excessos, tirar tudo o que impede o crescimento da roseira. Podemos nos tranquilizar porque o jardineiro tem tanto prazer em cuidar das suas roseiras, que jamais tirará delas algo que realmente seja importante para o seu desenvolvimento, pelo contrário, tira-se tudo o que é desnecessário, apenas o excesso. Eliminam-se os ramos danificados, quebrados, ou com pragas que, se deixados permanecer, enfraquecem a planta, retirando força aos ramos saudáveis que têm o potencial de dar flores com maior qualidade.
Essa poda é feita cuidadosamente, de maneira que o tecido vascular da planta não seja esmagado, pois de outra forma promoverá a entrada de fungos indesejados. Também é importante que seja feita a limpeza das roseiras, cuja finalidade é eliminar ramos improdutivos ou mortos. Essa limpeza deve ser feita sempre que houver ramos e flores murchas.
Claro que cuidar das roseiras vai além da poda, elas precisam constantemente serem regadas. Precisa-se de uma boa drenagem para que o solo não acumule água, de forma que venha matar as rosas. Além da água, as roseiras precisam de luz, luz é claro que venha diretamente do sol, evitando deixá-las em lugares escuros e ambientes internos.
A adubação precisa ser na medida certa, adubo demais queima a raiz da planta e ela consequentemente começa a murchar.
Outro detalhe é ter controle de pragas e doenças. Precisam-se usar fungicidas específicos para que o mesmo não prejudique a planta.
Se para as rosas o jardineiro é eterno, para o jardineiro as rosas não são eternas. O que faz alguém cuidar de algo que sabe que não é eterno? O simples prazer de contemplar nem que seja por um período a sua beleza. A sua criação. Claro que em determinado momento as rosas precisam ser colhidas, mas mesmo depois dessa etapa,que parece ser a última, elas continuam a exalar beleza, não mais no jardim, mas na casa do jardineiro.
Penso que somos semelhantes às roseiras, que precisam dos cuidados do jardineiro para não morrer, e claro cumprir o propósito de enfeitar a vida das pessoas que nos cercam. Como rosas, sabemos que nosso jardineiro é eterno, e que se dedica totalmente à sua criação. Muitas vezes precisamos ser podados; muitas coisas que prejudicam o nosso desenvolvimento são eliminadas da nossa vida. Tudo com o objetivo de nos manter saudáveis, prolongando os nossos dias. O nosso jardineiro nos ama tanto, que só tira da nossa vida aquilo que é desnecessário. Elimina aqueles ramos danificados e é claro as pragas que se deixadas podem nos enfraquecer. Mas tudo é feito de maneira cuidadosa que não venha a nos machucar, deixando sequelas. Muitas vezes nosso jardineiro limpa o seu jardim, eliminando os ramos improdutivos e flores murchas que juntas no mesmo jardim, tiram a beleza das rosas que permanecem vivas. O nosso jardineiro tem regado o seu jardim na medida certa, não permitindo que a água venha matar as suas roseiras. Sabendo que suas rosas precisam de luz, tiram-nas de lugares escuros deixando-as sempre ao ar livre, para que as mesmas não venham morrer sufocadas. A adubação é feita na medida certa, de maneira que não queime a raiz da planta e ela consequentemente começa a murchar.
Nós rosas sabemos que o nosso jardineiro é eterno e estamos aqui com o  propósito de adorá-lo e enfeitar o seu jardim. As roseiras murchas serão descartadas, mas as roseiras que produziram rosas lindas e saudáveis, aquelas que se submeteram ao cuidado do jardineiro, serão um dia colhidas para enfeitar o seu  jardim celestial.
Muitas vezes tudo pode parecer difícil, doloroso, injusto e insuportável, mas creia, é só o jardineiro cuidando das suas roseiras, para que tenha em suas mãos as mais belas rosas.

Mônica Bastos







quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Onde está esta tal felicidade?

Ouvi muitas e muitas vezes: A felicidade vai chegar para você. Vivi muitos e muitos anos na ilusão de que realmente ela chegaria, foi ai que em determinado dia cheguei à conclusão; se alguma coisa chega é porque em dado momento ela não esteve ali. Então, me perguntei: Onde estaria escondida essa tal felicidade? Algo tão valioso para nós reles mortais, não estaria dando sopa por aí. Algumas pessoas a buscaram nos lugares mais improváveis possíveis, alguns se julgando mais espertos, fizeram uma pesquisa, excluindo os lugares improváveis para não perder tempo, e investiram suas energias procurando-a nos lugares mais apropriados. Alguém tão solicitada, não deve frequentar qualquer lugar, penso que a felicidade deva ser bastante elegante, sofisticada, seletiva. Sendo assim, devemos procurá-la nos melhores ambientes possíveis, nos melhores restaurantes, nas melhores casas de shows, nas melhores Igrejas e até mesmo nas melhores empresas. Será que não seria ideal fazer um levantamento de onde ele passou nos últimos anos? Alguém tão importante como a felicidade, não passa despercebida, aonde ela chega, há festa e comemoração. Vamos para a internet fazer esse levantamento? Depois de horas e horas pesquisando, pronto, foi fácil descobrir aonde ela andou e possivelmente deve estar em algum destes lugares. Vamos lá? Uma coisa está clara, a felicidade está no meio da alta sociedade, é lá que ela habita. Depois de feito o roteiro, podemos frequentar algumas residências, sabemos que em alguns lugares não permitirão a nossa entrada, não estamos à altura, mas podemos ficar do lado de fora observando.
Nesta busca desenfreada por essa tal felicidade começamos a circular em todos os lugares possíveis, mas confesso que com o passar do tempo ficamos meios confusos e sem compreender algumas coisas. Alguns ambientes foram possíveis entrar e nesses muitas pessoas conheci, mas confesso que fiquei surpresa e em dúvida se realmente a senhora felicidade havia passado por lá. Nas mais lindas mansões, se quiser saber a respeito de algo, procure os funcionários. Onde está a dona da casa? Internada em uma clinica de reabilitação, para se livrar de algum vício; está estressada, foi fazer compras para melhorar o ânimo; dormindo, tem insônia, só dorme através de remédio controlado; está viajando com o amante’; não sai do quarto há dias, está com depressão; foi visitar o filho na prisão; está de enxaqueca, bebeu demais na noite passada; trabalhando, não para em casa etc.
E o dono da casa? Na empresa, mora lá; dormindo na casa da amante;  foi até a delegacia ver porque o filho está preso; na prisão, ele  está envolvido em escândalos de corrupção; se suicidou;
E os filhos? Quem sabe onde estão? Os pais não sabem quanto mais nós. Com certeza se divertindo com mais um presentinho dado por eles, estourando o cartão de crédito, afinal de contas, não sabem quanto custa nada. Sem limites, não respeitam ninguém.
Será que fiz uma previsão errada? Se a felicidade passou por aqui, com certeza foi embora. Talvez a felicidade esteja mesmo do outro lado. Ela deve ser muito inteligente, deve estar escondida no meio daqueles aos quais chamamos de pobres. Mudança de rota. Visitar esses é bem mais fácil, saber qualquer coisa deles melhor ainda, é só procurar para a vizinha. Onde está a dona da casa? Em algum bar bebendo, é viciada em álcool; foi para a feira, estava estressada, disse que precisava melhorar o ânimo; dormindo, tem insônia, se enche de remédio controlado; está viajando com o amante’; não sai do quarto há dias, está com depressão; foi visitar o filho na prisão; está de enxaqueca, bebeu demais a noite passada; trabalhando, não para em casa etc.
E o dono da casa? No trabalho, mora lá; dormindo na casa da amante; foi até a delegacia ver porque o filho está preso; na prisão, ele  é assaltante; se suicidou etc.
E os filhos? Quem sabe onde estão? Os pais não sabem quanto mais nós. Com certeza se divertindo na rua, não sabem o que é trabalhar, os pais se matam e eles nem aí. Totalmente sem limites, não respeitam ninguém.
Aff, depois de procurar em tantos lugares,sem encontrá-la finalmente cheguei a uma conclusão: A felicidade nunca chegará para nós,  nunca esteve longe, porque realmente ela está no lugar mais improvável possível, o lugar em que ninguém a procura, ela está em nós. Vivenciá-la dependerá unicamente da nossa visão ao seu respeito e principalmente das nossas decisões.
Como aprendemos a nos relacionar com essa felicidade? Olhando à nossa volta, reavaliando os nossos conceitos. Quando descobrimos o que de fato tem valor para nós tudo fica mais fácil. Somos felizes quando deixamos de reclamar pelo o que não temos e agradecer pelo o que alcançamos. Somos felizes quando deixamos de olhar para a vida do outro e focamos em nós, nas nossas próprias expectativas. Somos felizes quando compreendemos que ser feliz é apenas opção. Eu decido ou não ser feliz. Para ser feliz preciso de um carro zero,e está muito difícil, o que fazer? Posso mudar a minha visão compreendendo que não posso ter um carro zero e sim um usado, ou que talvez nenha possa ter carro algum. Posso colocar os pés no chão. No entanto tenho duas opções, morrer frustrada ou aceitar a minha condição. Não posso ter um carro, mas será que preciso dele para ser feliz?
Ser feliz é uma arte que requer de nós muito aprendizado; posso ser feliz em todos os momentos da minha vida. Não precisamos do futuro para ser feliz, não precisamos realizar nossos sonhos para sermos felizes.Podemos ser feliz agora, valorizando e usufruindo de tudo o que temos. Quando o futuro chegar e todos os nossos sonhos se realizarem, comemoraremos certos de que algumas coisas apenas foram acrescentadas, mas que não tiveram nenhuma influência em nossa felicidade.
Deus tem me ensinado a ser feliz.

“Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.” (Carlos Drummond de Andrade)