Não
devemos preocupar-nos com os inimigos que estão distantes, mas com aqueles que
vivem pertinho de nós, disfarçados de amigos.
Muitas
pessoas podem nos odiar, mas ninguém tem tanta facilidade em nos atingir do que
aqueles que estão pertinho de nós, aqueles que têm livre acesso à nossa casa e
também à nossa vida. Um dos animais mais peçonhentos que conhecemos é a cobra,
mas para picar-nos e destilar o seu veneno, ela precisa estar perto de nós o
suficiente para atacar. São perigosas, porque geralmente nos pegam de surpresa.
Muitas até conseguem se disfarçar.
Alguém
conhece alguma espécie de cobra que pica a distância? Não, isso é Impossível não
é mesmo? O mais perto disso é a Naja, uma espécie de cobra que cospe veneno. Segundo
alguns estudiosos essas cobras seguem o movimento do alvo e depois atacam. No
entanto percebemos que nos livrar do veneno dessas cobras é bem mais fácil, até
porque para que possam nos atingir elas precisam ser vistas. Quando vemos o
perigo, é mais fácil nos defender.
Ouvimos
inúmeras histórias de pessoas que no decorrer da sua vida, tornaram-se vítimas dos
seus falsos amigos, como por exemplo, a história de Jesus Cristo e do seu
apóstolo Judas Iscariótes.
Jesus
veio ao mundo trazer a nós o seu plano de redenção, e durante a sua caminhada
decidiu preparar doze homens para dar continuidade a esse projeto tão lindo e
importante. Esses homens eram seus discípulos, homens que tiveram o privilégio
de conviver com Cristo e conhecê-lo verdadeiramente.
“Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que
eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do
Deus vivo.” Mt 16:15-16.
Cristo amava todos os seus discípulos, assim como ama
cada um de nós. E ele sabia exatamente com quem estava lidando. Jesus sabia que
no meio dos seus doze, havia alguém se aproveitando da condição de ser seu
amigo, de estar perto dele e de saber todos os seus passos. Jesus era de
verdade e sabia exatamente quem era de mentira. Alguém se beneficiou do fato de
conviver com Jesus para vendê-lo.
Ao nos relacionamos com alguém, sabemos exatamente do que
cada um é capaz de fazer. Sua vida, seu comportamento e suas atitudes,
revelam-nos diariamente quem é quem. Como Cristo, também identificamos os
falsos.
Quando alguém quer saber informações ao nosso respeito,
aproximam-se de “amigos” que estão perto de nós e pagam pelas informações.
Quando mantemos determinadas amizades passamos uma mensagem de que estes amigos
conhecem todos os nossos segredos. Mas nem sempre é verdade.
Judas era falso, mas mesmo assim Jesus permitiu que o
mesmo permanecesse ali até o final. E na última ceia lá estava Judas, sentando
entre os verdadeiros.
Porque Jesus permitiu que tudo aquilo acontecesse? Era um
plano, um projeto que precisava ser cumprido e Judas mesmo sendo falso, fazia
parte daquele projeto.
Assim como Cristo, precisamos dar continuidade aos
projetos de Deus para nossa vida, e mesmo muitas vezes sendo difícil, acreditamos
que algumas pessoas, por mais falsas que sejam, fazem-se necessárias para que estes
projetos se concretizem. No entanto, é preciso lembrar como termina o final
dessa história, e principalmente o final de Judas Iscariótes.
Chegará um determinado momento, em que cada um ficará no
seu devido lugar, os de verdade e também os de mentira.
Mônica Bastos