terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A igreja e o seu pseudo amor ao próximo

A igreja prega tanto a respeito de amar o próximo, no entanto, será que alguém pode me ensinar a fazer isso? Estou tentando, mas percebo que é algo bem complicado de ser feito. Como amar ao próximo, se não posso ficar próximo dele? Quando nos aproximamos: De um homem, é namorado. De uma mulher, é homossexual. De um homossexual, é destrambelhado.  De uma prostituta, é prostituta. De um ladrão, é comparsa. De um adúltero, é adúltero. Sem contar, que não podemos nos aproximar: De um doente, a doença é contagiosa. De um pobre, ele é ladrão. De um Espírita, traz maldição para o seu lar. De um católico, são idólatras. Do candomblé, lá vem macumba. Adventista, é seita. Pentecostais, são loucos. Batistas, sem unção. Depressivo, é demônio. Loucos, vão nos matar. Negro, é bandido.
Penso que devo ser realmente diferente da grande maioria, deve ser porque sigo a linha daquele cara chamado Jesus Cristo, àquele que não faz acepção de pessoas. Àquele que ama a todos de igual maneira independente das suas escolhas.
Aprendi que o ser humano é humano, e em relação a eles devemos sempre agir com cuidado e precaução, mas nunca com preconceito. Aprendi que independente da opção sexual, todos precisam de amor, cuidado e principalmente de uma palavra amiga. Que nós fazemos as nossas próprias escolhas, e precisamos ser respeitados por isso. Aprendi que menina ainda brinca com menina, que mulher tem amiga e que o clube da Luluzinha, é muito divertido. Que graça tem reunião de meninas, supervisionada pelos olhares de reprovação dos  meninos? Fala baixo; Só falam de roupas e de sapatos; Dieta e cirurgias plásticas. Isso na frente deles né? Porque quando não estão, expomos nossas dificuldades diárias, choramos e somos altamente confortadas com palavras de apoio e motivação. Não sabem os meninos que muitos casamentos são salvos porque o Clube da Luluzinha está sempre em ação. Desde cedo aprendemos a sermos cúmplices. Rir, chorar, brigar, falar bobagem, mas também se edificar e se ajudarem.Amamos as nossas amigas e somos livres para expressar isso. Aprendi que o homossexual (gay) também é homem e sabe por que as mulheres se dão muito bem com eles? Por que os Homens são muito machos e preconceituosos demais para serem seus amigos. Homossexual (lésbica) também é mulher. São excluídas pelos homens porque delas, eles sabem que não vão tirar uma casquinha.  Aprendi que nem toda doença é contagiosa, e que pessoas enfermas precisam de atenção,da mesma forma quem precisam dos médicos.  Depressão é doença  e os que são acometidos por ela, além dos cuidados médicos  precisam de amor, apoio e ombro amigo. Aprendi que pobre é aquele que julga e discrimina. As pessoas desprovidas de bens materiais precisam de cuidados especiais, e principalmente de pessoas que os motivem a mudar à sua história. Àqueles que não têm oportunidades, precisamos ensiná-los a criá-las. Aprendi que religião é crença, se quisermos respeito em relação as nossas crenças, precisamos respeitar as crenças dos outros, mesmo quando não concordamos. Todas as religiões têm sempre algo de positivo a nos ensinar e se não há tolerância, não há religião e sim fanatismo. Bandido não tem cor de pele específica,e muito menos placa estampada na cara. Sou negra e nunca roubei. Aprendi que prostituta também é gente como a gente, e que a sua decisão de vender o corpo, não influenciará na minha decisão de preservar o meu. Tenho convicção de  quem estou aqui para influenciar positivamente a vida das pessoas e sou capaz disso.
Àqueles que decidiram se esquivar da sociedade e pregar um pseudo amor, e que entendem que são bons demais para viver neste mundo que o Senhor nos deu, tenho uma dica: Morra. No entanto, quando chegar à porta do céu, não reclame quando ela não se abrir. E se ouvir uma voz alta bradando: “Nunca vos conheci: apartai-vos de mim.” (Mateus 7:23), é aquele cara chamado Jesus. E não se surpreenda caso aquela prostituta, ou o ladrão, ou homossexual ou qualquer um daqueles os quais você tem desprezado passar à sua frente, bater naquela porta e ela se abrir e ainda ouvir: Entre, filho meu, igreja minha, estava aqui esperando vocês.
Enquanto isso, eu Mônica Bastos, vou ficando por aqui, seguindo os passos de Cristo, convivendo com todos. Juntos aprendemos a ser pessoas melhores.E quanto às críticas e julgamentos? Alguém que porventura critica negativamente e julga seu semelhante, pode ser melhor que ele?


Mônica Bastos