quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Altruísta ou egoísta?

Nós seres humanos somos tendenciosos ao egoísmo, há até controvérsia se essa é uma característica natural humana ou se é um hábito adquirido. Independente de ser uma característica natural ou hábito adquirido, assumir tal comportamento não é típico de nós seres humanos. Somos altamente ofendidos quando ouvimos tal afirmação ao nosso respeito. Será que somos de fato egoístas? Não é tão difícil descobrir, quando fazemos uma autoavaliação das nossas atitudes e quando nos esforçamos para saber a real motivação de cada decisão e de cada ação. Mas será que temos interesse em descobrir o quão egoístas somos?
Como assumir tal característica não é nada fácil, talvez o ideal fosse direcionar o nosso estudo para o outro lado, o altruísmo. Ouvir o quanto altruístas somos é bem mais agradável, não é mesmo?
Acreditamos que o altruísmo é uma legítima construção da cultura humana. Sendo assim, com muito trabalho e dedicação, podemos nos livrar de todo tipo de egoísmo, pois todas as vezes que agimos de maneira altruísta, deixamos de lado nosso lado egoísta. Se ao ler esse texto até aqui, você se perguntar: Porque eu deveria buscar ser uma pessoa altruísta? O que eu ganho com isso? Posso afirmar, o assunto é sério. O seu grau de egoísmo é bastante elevado. Mas de qualquer forma, vou responder-lhe. Você não precisa tornar-se uma pessoa altruísta, isso é questão de escolha. Você não precisa ganhar nada com isso, essa é o objetivo dessa filosofia.O altruísmo é a ação de amar ao próximo sem esperar nada em troca; é uma dedicação demonstrada de maneira desinteressada; filantropia ou abnegação. Quer um exemplo de altruísmo?Jesus Cristo, o maior altruísta que esta terra já viu. Aprenda em três passos a ser menos egoísta e mais altruísta.

1.  Nunca faça com o outro aquilo que não quer que façam com você: Quantas vezes nos decepcionamos com as pessoas que nos cercam, simplesmente por não se comportarem da maneira que esperamos? Agimos de maneira desleal e leviana com os outros, mas nos sentimos extremamente ofendidos quando alguém dá a nós tratamento semelhante. Antes de falar ou agir, se coloque no lugar do outro e pergunte a si mesmo: Será que eu gostaria de ouvir isso? Será que eu gostaria de ser tratado dessa forma?
Fiz uma postagem no facebook a respeito da maneira que nós nordestinos estávamos sendo tratados diante do resultado da última eleição presidencial. Foi uma postagem que resultou em inúmeros compartilhamentos e é claro, em muitas opiniões, algumas contrárias a minha, o que é normal e permitido. Mas uma pessoa não leu o texto e achou que eu estava criticando os nordestinos, educadamente pedi para que ela lesse o texto e depois desse a sua opinião. De repente uma amiga dela me mandou em off, uma mensagem pessoal e ofensiva, ela não estava falando mais do texto e sim o motivo pelo o qual eu o havia escrito. Inverdades, pois ela não me conhece. Educadamente tentei explicar, quando percebi que ela não me compreendia, decidi falar a língua dela. Disse algumas inverdades ao seu respeito, digo isso porque não a conhecia. Ela se desequilibrou e lembro-me que me disse: Como que pode dizer isso para mim? Você não me conhece, parece que nem tem família. Eu perguntei:  Te ofendi? Ela disse sim, você não tem o direito de falar assim comigo. Eu respondi: Você está certa, não posso tudo que disse ao seu respeito são inverdades, mas só queria que você sentisse o que eu senti ao ser injustamente ofendida por você. Quer dizer que você tem o direito de me dizer tudo o que quer e pensa que simplesmente devo calar-me? Agora você já sabe como me senti com tudo o que ouvi de você. Quem fala o que quer, ouve o que não quer. Ela disse: Desculpa-me, vamos esquecer esse assunto. Infelizmente as pessoas querem fazer e falar o que querem, no entanto não aceitam uma reação do outro, só compreendem quando passam pela mesma situação. Se não quiser ouvir coisas desagradáveis, não fale coisas desagradáveis, se não quiser ser exposto, não exponha ninguém. Tenho certeza que a amiga da minha amiga aprendeu a lição, da maneira mais dura, mas aprendeu.

2. Nunca cobre do outro aquilo que você não pode dar: Cobrar é algo extremamente fácil, principalmente quando temos plena convicção daquilo que estamos cobrando. Se eu pago determinado serviço, preciso receber por aquilo que estou pagando. Eu sou o contratante e ele o contratado. Mas quando nos referimos a atitudes e comportamentos as coisas mudam um pouco, precisamos de coerência. Como exigir de meu cônjuge, filhos, amigos, colegas de trabalho determinadas atitudes ou comportamentos sem que haja reciprocidade da minha parte? Faça o que eu digo e não o que eu faço? Será que funciona?

3.    Nunca faça nada, esperando retribuição: Quem em algum momento da vida não se lamentou de ter se doado a alguém ou a alguma causa em vão? Nada do que fazemos é em vão, desde que tenhamos a consciência de que nem sempre as pessoas reconhecerão o nosso esforço e dedicação, por conta disso o ideal é fazer sempre aquilo que está ao nosso alcance. Quando fazemos por alguém além daquilo que podemos, corremos o risco de nos prejudicar e segundo nos decepcionarmos.

Ser altruísta é pensar no outro, ao invés de pensar somente em mim.

“... cada um de nós deve decidir se quer caminhar na luz do altruísmo construtivo ou nas trevas do egoísmo..." Martin Luther King



Mônica Bastos

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